07/11/2015

Teoria do Caos e Bancarrota

O caso da bancarrota Portuguesa em 2010, não é um caso de bancarrota de Sócrates e tão pouco, um caso de um país falido.


Portugal, Irlanda, Itália, Espanha, foram empurrados sob um belo plano financeiro criado na UE e no BCE, para uma bancarrota imposta, através do Aumento da Despesa Pública com Obras Públicas, excedentes, etc... gerados para enriquecer construtores, empresas fantasmas e muitos organismos, instituições, fundações, entidades geradas apenas para que os países justifiquem a necessidade de fundos e assumam posteriores falências e défices.

As ideias megalómanas de José Sócrates, aumentaram a dívida portuguesa, foram iniciadas, orçamentadas, incluídas no pedido de resgate mas ... posteriormente na sua grande maioria, adiadas ou mesmo canceladas.

Depois chegaram 78 mil milhões de euros mas ... todos os cortes!


O que sucedeu em Portugal e em todos os outros países que necessitaram de programas de ajustamento foi que se "inflaccionaram" nos governos que antecederam os pedidos de resgate os orçamentos de estado, obras públicas, aprovações de projectos, admissões para cargos e funcionários públicos e de seguida ... com o disparo das dívidas esta inflacção abrupta disparou os alrmes de bancarrota, obrigando a pedidos forçados de resgate.

Em Portugal, com a missão cumprida, O PS descansava satisfeito e o PSD fazia impecavelmente o papel de "salvador dos pobres" sem caminho, indo na legislatura a seguir completar o que havia a fazer : corrigir contas mal feitas.

Ou seja; é claro que as contas só podiam estar mal feitas. Aliás como por todos os países intervencionados, se tem a pouco e pouco vindo a provar.

- A austeriade foi abusiva e um atentado aos cidadãos
- A Austeridade afinal não era necessária
- A Europa foi injusta com os portugueses
- Os portugueses andaram a pagar bancos alemães
- A UE desumana ... etc.

Em Portugal, em 4 anos de austeridade e governo PSD/CDS, foram tornados milionários mais de 10.000 cidadãos por ano, e foram mais empobrecidos e carenciados, passando necessidades básicas alimentares 3 milhões deles, 1 milhão dos quais crianças. As grandes fortunas cresceram mais de 3 milhões de euros apenas num ano. A desigualdade social atingiu níveis superiores a 1974 bem como a falta de poder de compra, na generalidade dos portugueses.

Se este é o resultado dum país na bancarrota durante uma intervenção da Troka, como se chega a este "saldo" depois de mais de 300 mil portugueses abandonarem o país e existirem 991.200 desempregados inscritos e não oficiais ?

E no entanto, para um país em crise de salários e pensões, de emprego e solidariedade onde se vendeu quase tudo, o novo governo nomeia à vontade e sem receios mais de 100 cargos permanentes às vesperas de sair, gera 3 ministérios num governo que vai cair e sente-se completamente à vontade para nomear ministros, acessores, etc, como se confortavelmente os fundos públicos fluissem ...

No caso de todos termos andado distraídos, esta táctica da bancarrota e da necessidade de crédito, foi também utilizada em 77 e em 83 para nos agragar à UE e ao FMI por forma a que os portugueses não tivessem nem vontade nem força para sair dela. Ou seja, com os créditos em vigor e as dívidas a decorrer, sem produção e sem trabalho, nem fundos para conseguir pagar, a única forma de andar em frente seria aderir e manter-se na UE sem poder sair.

E é essa a política  que continuam a fazer até hoje.

Os portugueses continuam a ser induzidos na "Teoria do Medo da Bancarrota", para serem desviados de ideias como gerar moéda própria, sair da economia Euro ou mesmo da própria UE. Isto obrigaria aos grandes investidores, empresários e multinacionais a fazer retornar ao país e bancos todo o capital aplicado no exterior e desviado fiscalmente de Portugal para retornar em moeda nova e pagar devidamente as tributações a que se haviam escusado em Euros.

Sim ... seriam "obrigados" a isso, por detêm cá as suas empresas, patrimonios, capitais de risco em bancos, etc ... Só os cidadãos não compreendem isto. Pois nunca lhes contaram e explicaram directamente. Não convém que assim seja.

por Xana Lopes para o RiseUp Portugal

no vídeo em baixo vejam como se destrói países e vejam se encontram algumas semelhanças com o que estamos a viver neste momento em Portugal (legendado para português pelo RiseUp Portugal)