A campanha de animais felizes está a chegar a Portugal, pela marca açoriana de lacticínios Terra Nostra. Esta campanha que pretende envolver os 500 produtores de leite dos
Açores, que terão de cumprir uma rigorosa lista de normas para poder ter
o selo de “felicidade” nos seus produtos.
Mas o que está por trás de um selo de vacas felizes?
Ainda há muitos de nós que não conhecem a verdadeira origem do leite.
Ainda faz parte do senso comum que as vacas nos “dão o leite” como uma
oferenda divina. Mas nada pode estar mais longe da verdade.
A vida de uma vaca explorada para a produção de leite é tudo menos
feliz. Para tentar perceber melhor, vamos seguir as etapas da vida de
uma vaca feliz:
Inseminação artificial
Os animais não humanos, assim como os humanos precisam de engravidar
para poder produzir leite. As vacas não são excepção. Para poder manter
as vacas a produzir leite e ter uma exploração lucrativa, os animais são
inseminados artificialmente num processo que se assemelha a uma
violação. O processo de inseminação é um processo invasivo e que causa
muito stress aos animais que são sujeitados a ele. (alternativas vegetais dos lacticínios)
Gravidez, nascimento e separação
Mesmo antes do nascimento dos bebés, as vacas começam a ser
ordenhadas diariamente por máquinas que lhes extraem o leite. Quando
nascem os vitelos, eles são separados das mães, que choram desesperadas
por eles durante dias. Os bezerros podem ser mortos (gera lucro ao
produtor) ou podem viver mais uns dias.
A morte anunciada dos bezerros
No dia do nascimento, os bezerros tem o seu destino traçado, se
nascer macho será morto pouco tempo depois, uma vez que não tem qualquer
tipo de valor comercial na indústria do leite. A carne do bezerro macho
é vendida como uma iguaria comummente chamada de vitela, uma carne
branca deficiente em ferro.
Para conseguir a carne branca e macia muito apreciada, o bezerro
macho é amarrado, sem qualquer hipótese de se mexer até ao dia em que
será abatido. Ao estar amarrado o bezerro não tem qualquer possibilidade
de se mexer e assim não desenvolve qualquer tipo de músculo, fazendo a
sua carne ficar macia com músculos pouco desenvolvidos. O macho quando é
morto é um bebé, com anemia, afastado da sua mãe, forçado a estar
parado na sua curta vida.
A vida de uma fêmea neste círculo também não é feliz. No dia do seu
nascimento é encaminhada para uma área a parte da sua mãe, que continua a
chorar pelo seu bebé perdido, onde vai iniciar a sua vida de
exploração. Ainda adolescente os chifres da vaca são arrancados. Para
impedir que cresçam, os produtores passam uma espécie de pasta cáustica
que causa uma dor imensa e que faz com que os bebés se contorçam de dor
durante horas. Os chifres das vacas tem milhares de terminações
nervosas. Para finalizar o tratamento é passado um ferro quente para
impedir que o chifre cresça.
Doenças nos animais explorados
A ordenha intensiva, as rações que estimulam a produção de leite
causa imensa dor e problemas mamários nas vacas. As vacas sofrem de
inflamações mamarias (mastites) que causa imensa inflamações e inchaços
muito dolorosos.
Excesso de produção e benefício económico das vacas felizes
Até a data de escrita deste artigo foram abatidos mais de dez mil
vitelos nos últimos dois anos nos Açores. Estes animais estão a ser
abatidos pelo seu valor comercial que neste momento é mais lucrativo do
que os manter vivos. A União Europeia paga pelo abate de cada bezerro
até aos 15 dias 75euros.
Vacas felizes, doenças felizes
O consumo de leite pelos humanos é completamente desnecessário. O
leite que as vacas produzem é destinado à alimentação dos bebés da sua
espécie. Ao contrário do leite humano, o leite de vaca destina-se a
alimentar animais de grande porte que vão ganhar muito peso rapidamente.
Ao crescer os vitelos deixam de consumir leite.
Os humanos pelo contrario optam por roubar e beber o leite de outros
animais que também está associado ao risco de contracção de inúmeras
doenças. O consumo de leite está associado à obesidade, diabetes, cancro
de mama, cancro de próstata, cólon, doenças auto imunes, osteoporose,
doenças coronárias, problemas da retina, entre outras.
Artigo de Beatriz Batista no SociedadeVegan.com,
que podes visitar para mais artigos, informação, roteiros e receitas vegan
ler também neste link : "A Harvard School of Public Health acabou de lançar uma bomba no campo
da nutrição, ao limitar da pirâmide alimentar os lacticínios e os seus
derivados. A equipa de investigação de Harvard está a estudar uma alimentação sã, livre dos lobbies da industria alimentar. O motivo pelo qual decidiram limitar os lacticínios prende-se
pelo facto de que o consumo de lacticínios e derivados pode aumentar
significativamente o risco de cancro de próstata e de ovários."