Carlos Santos Ferreira, na altura presidente da Caixa Geral de Depósitos, autoriza um empréstimo a Joe Berardo, a família Moniz da Maia (Sogema), Manuel Fino, Pedro
Teixeira Duarte e José Goes Ferreira, que receberam o crédito da CGD para
comprarem acções do BCP. Estes depois apoiam-no para a presidência do banco onde foi "enterrado" o empréstimo,
com um prejuizo astronómico ...
Em causa estão operações de
financiamento que, só no primeiro semestre de 2007, totalizaram mais de
500 milhões de euros, e serviram para adquirir o equivalente a cerca de
cinco por cento do capital do BCP por um total de 22 accionistas. Mais tarde a Eureko, com 9,96%, a Teixeira Duarte,
com cerca de 6,2%, Joe Berardo, com cerca de 6,82%, a Sonangol com mais
de 5,0%, a EDP, com quase 4,5%, além de pelo menos mais quaro
accionistas com participações próximas de 1,0% cada, apoiam Santos
Ferreira
Carlos Santos Ferreira aprova empréstimo a amigos para estes reforçarem poder no BCP
"Alguns accionistas do Banco Comercial Português (BCP) que apoiam a
candidatura do ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos Carlos Santos
Ferreira têm vindo a reforçar o seu investimento em acções daquela
instituição privada com crédito concedido pelo próprio banco do Estado.
O PÚBLICO apurou que Joe Berardo, a família
Moniz da Maia (Sogema), Manuel Fino, Pedro Teixeira Duarte e José Goes
Ferreira receberam crédito da CGD para comprarem acções do BCP, o que
lhes tem permitido ter uma palavra a dizer nos destinos do maior banco
português.
Em causa estão operações de financiamento que, só no primeiro semestre de 2007, totalizaram mais de 500 milhões de euros, e serviram para adquirir o equivalente a cerca de cinco por cento do capital do BCP por um total de 22 accionistas, mediante recurso a financiamento da CGD.
Desta fatia, cerca de quatro por cento do capital foram adquiridos pelo grupo de cinco accionistas principais referidos durante aquele período. Neste grupo encontram-se os primeiros proponentes de Carlos Santos Ferreira para a presidência do BCP - Berardo e Moniz da Maia.
Conselho aprovou
A garantia destes financiamentos é feita em primeira linha pelos títulos adquiridos, sendo, nalguns casos, reforçada com outros activos de menor volatilidade, segundo informações apuradas pelo PÚBLICO.
Estas operações, que são legais, foram autorizadas pelo Conselho Alargado de Crédito da Caixa formado por cinco administradores: Carlos Santos Ferreira, o então CEO, o seu vice, Maldonado Gonelha, Armando Vara, Celeste Cardona e Francisco Bandeira. Com excepção de Bandeira, que vai integrar a equipa da CGD encabeçada por Faria de Oliveira, todos os restantes já saíram ou vão sair da gestão do banco público. Armando Vara tinha o pelouro do crédito bancário.
Além das dúvidas que podem levantar em termos de gestão de risco - uma vez que estão em causa clientes com carteiras de títulos de grande dimensão e cuja volatilidade envolve o risco de queda da cotação, como tem acontecido com o BCP -, estas operações resultaram em compromissos financeiros de accionistas do BCP aprovados, entre outros, por aqueles que agora são por eles apoiados na luta pela presidência do banco privado: Santos Ferreira e Vara. Todavia, quando o grupo estatal emprestou o dinheiro a Berardo, a Moniz da Maia, a Goes Ferreira e à Teixeira Duarte, não se previa ainda os acontecimentos mais recentes."
Em causa estão operações de financiamento que, só no primeiro semestre de 2007, totalizaram mais de 500 milhões de euros, e serviram para adquirir o equivalente a cerca de cinco por cento do capital do BCP por um total de 22 accionistas, mediante recurso a financiamento da CGD.
Desta fatia, cerca de quatro por cento do capital foram adquiridos pelo grupo de cinco accionistas principais referidos durante aquele período. Neste grupo encontram-se os primeiros proponentes de Carlos Santos Ferreira para a presidência do BCP - Berardo e Moniz da Maia.
Conselho aprovou
A garantia destes financiamentos é feita em primeira linha pelos títulos adquiridos, sendo, nalguns casos, reforçada com outros activos de menor volatilidade, segundo informações apuradas pelo PÚBLICO.
Estas operações, que são legais, foram autorizadas pelo Conselho Alargado de Crédito da Caixa formado por cinco administradores: Carlos Santos Ferreira, o então CEO, o seu vice, Maldonado Gonelha, Armando Vara, Celeste Cardona e Francisco Bandeira. Com excepção de Bandeira, que vai integrar a equipa da CGD encabeçada por Faria de Oliveira, todos os restantes já saíram ou vão sair da gestão do banco público. Armando Vara tinha o pelouro do crédito bancário.
Além das dúvidas que podem levantar em termos de gestão de risco - uma vez que estão em causa clientes com carteiras de títulos de grande dimensão e cuja volatilidade envolve o risco de queda da cotação, como tem acontecido com o BCP -, estas operações resultaram em compromissos financeiros de accionistas do BCP aprovados, entre outros, por aqueles que agora são por eles apoiados na luta pela presidência do banco privado: Santos Ferreira e Vara. Todavia, quando o grupo estatal emprestou o dinheiro a Berardo, a Moniz da Maia, a Goes Ferreira e à Teixeira Duarte, não se previa ainda os acontecimentos mais recentes."
» no Público a 4 de Janeiro de 2008 neste link
Amigos apoiam Carlos Santos Ferreira para Conselho de Administração do BCP
"A Teixeira Duarte confirmou esta quinta-feira, oficialmente, o seu apoio
à lista liderada por Carlos Santos Ferreira para o Conselho de
Administração do BCP, ao lado de um grupo de accionistas cujas
participações no capital do banco garantem a eleição.
A construtora tinha posto em causa o seu apoio inicial, dado ao
assinar a proposta à AG da lista encabeçada por Santos Ferreira, quando
alguns accionistas que também subscreveram essa lista avançaram com
propostas para alargamento do Conselho Geral e de Supervisão e eleições
de novos membros do Conselho de Remunerações, de onde saia Pedro Maria
Teixeira Duarte e os outros actuais membros para entrar Joe Berardo, a
presidir, e novos vogais.
Eureko, com 9,96%, A Teixeira Duarte,
com cerca de 6,2%, Joe Berardo, com cerca de 6,82%, a Sonangol com mais
de 5,0%, a EDP, com quase 4,5%, além de pelo menos mais quaro
accionistas com participações próximas de 1,0% cada, apoiam Santos
Ferreira."
» no Expresso a 10 de Janeiro de 2008 neste link
Contribuinte português fica com o buraco financeiro
"A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou um
"buraco" da ordem dos 300 milhões de euros resultante dos
financiamentos dados à fundação de Joe Berardo e a empresas ligadas ao
investidor. A informação consta dos dossiers enviados pelo grupo
liderado por Faria de Oliveira ao Banco de Portugal - que articula os
trabalhos de inspecção à banca portuguesa determinados pela troika -, à PricewaterhouseCoopers(PwC) - empresa a quem foi confiada a missão - e ao Governo.
O
PÚBLICO apurou que o presidente da Comissão de Remunerações e
Previdências do Banco Comercial Português (BCP) deve, actualmente, cerca
de 360 milhões de euros à CGD. De acordo com os documentos, o valor em
risco (imparidade) era, na semana passada, de aproximadamente 300
milhões de euros. Isto, porque as garantias reais entregues por Berardo à
CGD estavam avaliadas, então, em apenas cerca de 60 milhões. Na sua
maioria, estão em causa títulos do BCP, adquiridos a crédito, e que esta
semana têm estado a ser negociados na bolsa de Lisboa perto dos vinte
cêntimos cada.
Fonte ligada a Joe Berardo contestou os dados
avançados pelo PÚBLICO, referindo que essa não era a informação que
possuía. Acrescentou, ainda, que o comendador reforçou recentemente as
garantias para os níveis exigidos.
Os empréstimos foram contraídos
por Joe Berardo junto do grupo público quando este era liderado por
Carlos Santos Ferreira (actual presidente do BCP). A 14 de Julho de
2006, Berardo contratou com a CGD um crédito de 50 milhões de euros,
para compra de 58,2 milhões de acções do BCP, a vencer a cinco anos em
regime de bullet (empréstimo-bala), ou seja, a pagar no final do prazo, que terminou a 14 de Julho de 2011.
No
ano seguinte, em Maio de 2007, o investidor acordou, no mesmo regime,
um novo financiamento, este de 350 milhões de euros, a vencer em Maio de
2012, repartido em duas tranches. O valor total do crédito
negociado nos dois anos perfazia 400 milhões, novamente para compra de
acções do BCP. Actualmente, o departamento de recuperação de crédito da
CGD, à semelhança do que está a fazer com outros devedores, tem mantido
contactos com o investidor para encontrar uma solução."
No Público a 15 de Setembro de 2011 neste link