10/09/2015

Campanha eleitoral para “totós”

O mediatismo criado em volta desta campanha eleitoral tem ganho contornos surreais e a manipulação da opinião pública tem batido recordes.

Numa primeira fase assistimos à tentativa de manipulação da cobertura da campanha eleitoral, através da Assembleia da República. Depois assistimos a uma negociação entre os partidos sobre os debates entre si, mediados pelas estações televisivas e onde a coligação Portugal à Frente (PàF) tentou a todo o custo ganhar vantagem, obrigando os restantes partidos e coligações a aceitar dois representantes nos debates. Como tal não foi possível, o líder da referida coligação optou por não comparecer em nenhum debate a não ser com o principal líder da oposição, se é que se pode chamar oposição ao PS.

A vergonha na manipulação da opinião pública atinge máximos históricos ao utilizarem os canais públicos generalistas para em simultâneo, transmitirem o debate entre os dois partidos que ao longo de várias décadas controlam os destinos de Portugal e nos continuam a encaminhar para a escravidão e o nosso país para a pobreza extrema.

Descartar os restantes partidos políticos dos debates passou a ser uma obrigação, depois da coligação PàF assumir que só os partidos com representação na Assembleia da República é que estavam habilitados para debater o futuro do país para os próximos 4 anos. Ficamos assim a saber que qualquer partido e/ou coligação que tenha sido agora constituído não têm qualquer legitimidade para participar nos debates mediados pelas estações televisivas. Por outro lado, os partidos minoritários na Assembleia da República foram também relegados para segundo plano e dessa forma o lacaio Paulo Portas aproveita para se tentar mostrar irrevogavelmente nos canais de cabo secundários. Aqui começa a manipulação da opinião pública.

Os portugueses deveriam poder assistir a um debate onde TODOS e volto a frisar, TODOS os partidos que se candidatam deveriam estar habilitados a debater com o atual governo as políticas sociais e económicas utilizadas até hoje. A comunicação social não devia NUNCA utilizar os debates para aumentar a sua audiência e por sua vez, garantir bons retornos publicitários ao mesmo  tempo que manipulam a intenção de voto da população votante para que o tão inúmeras vezes  referido “voto útil” seja encaminhado para o PS ou PSD e dessa forma a bipolarização da governação em Portugal possa continuar a servir os interesses maçónicos que imperam.

A manipulação da intenção de voto é uma constante e por mais que se tente apresentar à população estas situações, a atribuição de adjetivos de conotação negativa ou a tão ouvida expressão “teoria da conspiração” é o principal argumento para que não exista confrontação sobre factos reais a que não podem de forma alguma fugir a não ser por ocultação de informação.

A liberdade de expressão está cada vez mais colocada numa gaveta e através de uma educação e informação cada vez mais vocacionada para direcionar o pensamento da população, a manipulação e bipolarização do voto é sedimentada para que a escravatura seja um dado adquirido e sobre o qual o ser humano seja cada vez mais submisso.

Pior que tudo isto são os “convidados”, escolhidos com uma idoneidade universal que vão fazer o rescaldo das supostas ideias debatidas no decorrer dos debates. Maior cego é aquele que não quer ver...

António Felizardo