O fundador do Wikileaks avança, contudo, que, tendo em conta que a NSA
vigia estas empresas, acaba por deter toda a informação. Assange
assegura que o "capitalismo de vigilância" é o novo modelo de negócio
mundial.
Durante um seminário internacional em Santiago do
Chile sobre "Liberdade de Expressão, Direito à Comunicação Universal e
Media Plurais para as Democracias do Mundo", no qual Assange participou
via skype, o fundador do Wikileaks referiu que Sergéi Brinn, Larry Page e
Mark Zuckerberg sabem mais coisas sobre os norte americanos do que a
própria Agência de Segurança Nacional (NSA).
O jornalista sublinhou, no entanto, que, tendo em
consideração que a NSA acaba por vigiar estas empresas, “inteira-se
igualmente de tudo”. Assange prosseguiu afirmando que estamos num período
em que há uma explosão em massa de informação e que 81 % da publicidade
de Internet passa através do Google e Facebook.
"A espionagem aumentará"
"Os direitos de propriedade intelectual são usados
para restringir e deter o jornalismo de investigação", assinalou o
jornalista. Sobre a vigilância em massa, Assange sublinhou que
“a quantidade de espionagem pode aumentar", referindo-se, por exemplo, à
forma como o Google ou YouTube utilizam a informação que obtêm através
do Gmail. "Realmente extraem o que querem extrair", alertou.
Por exemplo, o Google está a tentar controlar o
setor dos transportes. Porquê? Porque tem uma vantagem comparativa de
mapas e imagens satélites das ruas, pessoas com telefones móveis a
monitorizar o Google Search”, disse Assange, acrescentando que isto se
exemplifica com os acordos que estas multinacionais de Silicon Valley
têm com companhias militares que seguem a mesma lógica de rastreio de
informação.