Muitos pensam que o veganismo é apenas uma dieta, quando, na verdade, a dieta é apenas uma consequência do veganismo.
O veganismo trata da maior revolução moral da humanidade. O Veganismo trata da desconstrução desse conceito de
opostos, do desejo de bem-estar comum e da compreensão do respeito e da interconectividade de tudo e de todos os fenómenos.
O Veganismo é a maior revolução moral da humanidade, a primeira na
qual o homem luta pelo direito dos outros e não pelos próprios direitos.
Esta revolução propõe à sociedade uma mudança de perspectiva, que
exacerba o coletivo, valoriza o bem-estar dos outros como vital e ignora
convenções baseadas em fatores frágeis, perecíveis e unicamente
pessoais.
Pensar que uma religião é melhor que outra, que um governo é melhor
que outro, que uma crença tem mais validade do que outras ideologias, ou
até mesmo que uma espécie é superior à outras são apenas convenções
pessoais ou coletivas baseadas em pensamentos dualistas. A forma de
pensar de cada um será sempre diferente, já que cada indivíduo parte de
sua própria perspectiva e é carregado de interferencias internas e
externas. Mas enquanto enxergamos as diferenças como opostos,
continuaremos cultivando a intolerancia e, consequentemente, a discórdia
e a guerra.
O Veganismo é a maior revolução moral da humanidade, a primeira na
qual o homem luta pelo direito dos outros e não pelos próprios direitos.
Esta revolução propõe à sociedade uma mudança de perspectiva, que
exacerba o coletivo, valoriza o bem-estar dos outros como vital e ignora
convenções baseadas em fatores frágeis, perecíveis e unicamente
pessoais. Isso significa uma mudança de valores que transmigra do nível
antropocêntrico para o altruísta; atingindo a raiz dos principais
problemas do homem, todos originados pelo sentimento de ganância e
egoísmo. Quando os sentimentos do indivíduo têm como foco o bem-estar
dos outros, toda a perspectiva de valores morais muda, a consciência se
expande e a responsabilidade coletiva se desenvolve.
A proposta íntegra do veganismo é um mundo sem guerra, sem racismo,
sexismo e especismo. É a total desconstrução do conceito de opostos. É
a própria noção da interconectividade e da interdependência de tudo e de
todos.
Infelizmente, existe muita confusão, estimulada principalmente pelos
grandes meios de comunicação, a respeito da nossa hipocrisia moderna de consumo.
Estamos vivendo numa sociedade que nos faz acreditar ser normal amar e
cuidar de determinados animais, enquanto tratamos outros com covardia,
violência e brutalidade. Estamos utilizando e explorando esses animais
para que sirvam de alimento, vestuário e cosméticos, com a única
finalidade de atender às nossas vaidades. O fardo de todo vegano é
presenciar carne sendo servida numa mesa de jantar e ter a plena
consciência de que aquilo é exatamente como carne de cachorro ou gato.
Os bois, vacas e porcos sofrem tanto quanto cães e gatos.
É absolutamente necessário refletirmos sem nos apegarmos à nossa
cultura de valores e de consumo ultrapassadas, para que tenhamos uma
visão mais clara do que estamos fazendo e como isso afeta na forma como
tratamos uns aos outros.
Numa perspectiva de análise mais ampla, vemos que o veganismo engloba
uma série de mudanças morais na sociedade, mas, fundamentalmente, ele se
baseia em uma questão de direitos. Em 2012, foi assinada a Declaração
da Cambridge, um importante documento que, pela primeira vez, trazia
evidências científicas de que os animais são dotados de consciência.
Esta constatação nos obriga a enxergar que os animais também possuem
valores morais e que, portanto, é necessário que tenham seus direitos
assegurados. Animais não podem ser considerados como objetos.
A revolta da população com a morte do leão Cecil, a enorme
indignação com o festival de Yullin e a forma como essas mesmas pessoas
consomem carne expõem, de forma clara e gritante, o enorme conflito de
valores entre nossos instintos morais e nossos hábitos de consumo. Isso
tudo precisa ser repensado.
Muitos também defendem que a dieta de cada um é uma questão de
escolha pessoal, mas nada que promova a violência ou a submissão deve
ser aceito como tal. Por isso, não é normal que tratemos o consumo de
carne como uma escolha pessoal, da mesma forma como nunca deveríamos ter
considerado a posse de um escravo como escolha pessoal. Insisto, nada
que promova a violência deve ser considerado uma escolha pessoal.
Todos querem genuinamente mudar o mundo, mas isso só é efetivamente
possível quando as pessoas tornam-se dispostas a mudar a si mesmas.
Ainda que, com tudo que vemos no mundo, nos sintamos impotentes
diante de tanta dor, virar a cabeça para o lado e agir com indiferença é
covardia. Temos que nos preocupar e fazer tudo o que pudermos para
aliviar esses sofrimentos. Não podemos mais ser coniventes com a violencia. Ter compaixão
significa conseguir sentir a dor de todos os seres com o nosso próprio
coração. Ser vegano requer que sejamos o exemplo vivo dos valores que
queremos ver no mundo. E por sua vez, um mundo sem essa percepção do
conceito de opostos, sem intolerância e sem violência não é possível sem
o Veganismo.
por Lucas Alvarenga em http://veggo.co