Depois de Maria Luís Albuquerque transitar para a Arrows ou de Vítor Gaspar para o FMI, e dois anos depois da contratação de José Luís Arnaut para o Conselho
Consultivo da Goldman Sachs, Durão Barroso, novo padrinho do Clube Bilderberg em Portugal, entra também pela porta grande daquele que muitos dizem ser o banco mais poderoso do mundo.
"E isto faz sentido num tempo em que, graças à direita, a política
passou a estar ao serviço dos negócios, sejam eles da finança ou da
construção.
Portanto, a longa experiência de Durão Barroso como
governante de Portugal, com relevantes serviços prestados à Guerra do
Iraque e aos interesses de Bush, e a sua actuação como presidente da
Comissão Europeia, onde foi um cãozinho de regaço da Alemanha, perfaz um
acervo de informação preciosa para um banco de rapina como o Goldman
Sachs.
Portugal que se cuide. E o Clube de Bilderberg que se regozije." - F.Leitão no blogue Aventar
"Mais que criticar as opções individuais dos Barrosos deste mundo –
censuráveis certamente no plano da ética e da probidade -, convirá,
contudo, refletir sobre as condições atuais de funcionamento das
economias e dos regimes políticos, que permitem que eles sejam úteis aos
que os compram ou alugam, sem que existam quadros legais e sancionatórios que tal impeçam." (fonte)
Outros altos responsáveis políticos que saiem e entram na Goldman Sachs
- Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, ex-Governador do Banco Central de Itália
- Romano Prodi, ex-líder da oposição italiana, ex-primeiro-ministro italiano e ex-Presidente da Comissão Europeia
- Peter Sutherland, ex-Comissário Europeu, Presidente da Organização Mundial do Comércio, “Pai da Globalização”
- Robert Zoellick, ex-presidente do Banco Mundial
- Mark Carney, governador do Banco Central de Inglaterra, ex-Governador do Banco Central do Canadá
- Mario Monti, ex-primeiro-ministro italiano, ex-Comissário Europeu e ex-ministro das Finanças
- Lucas Papademos, ex-primeiro-ministro grego, ex-Governador do Banco Central Grego, actualmente no Banco Central Europeu
- Petros Christodoulos, ex-administrador da Dívida Pública da Grécia
- Carlos Moedas, Comissário Europeu e ex-secretário de Estado
responsável pela implementação do programa da troika - João Moreira
Rato, ex-administrador da Dívida Pública de Portugal
- Malcolm Turnbull, primeiro-ministro da Austrália
- Ian MacFarlane, ex-governador do Banco Central da Austrália
- Larry Summers, secretário do Tesouro de Bill Clinton
- Robert Rubin, Segundo secretário do Tesouro de Bill Clinton e presidente do Citigroup
- Hank Paulson, secretário do Tesouro de George W. Bush
- Mark Patterson, Chefe de Gabinete do secretário do Tesouro de Obama
- Gary Gensler, administração Obama e actual director financeiro de Hillary Clinton
- Bill Dudley, presidente da Reserva Federal de Nova Iorque
- Duncan Niederauer, presidente da Bolsa de Nova Iorque
- Lord Browne, ex-presidente da BP
- Tito Mboweni, presidente da Reserva Federal da África do Sul
- Ottmar Issing, Banco Central Alemão e Banco Central Europeu
- Olusegun Aganga, ministro do Comércio da Nigéria, ex-ministro das Finanças
fonte : João Camargo na P3
O que é a Goldman Sachs ?
"Sou um banqueiro a fazer o trabalho de Deus". É a forma como o
presidente do maior banco de investimento do mundo vê a sua missão no
comando do Goldman Sachs. Mas na opinião de um número cada vez maior de
pessoas, o "trabalho de Deus" do Goldman Sachs é a encarnação do lado
negro da força em Wall Street. E há até quem defenda que é este banco
que manda no mundo e não os governos.
"Eu concordo com a tese de que os bancos, e especialmente o Goldman
Sachs, se tornaram demasiado poderosos na medida em que influenciam a
nossa política, a nossa economia e a nossa cultura", referiu o autor de
"Money & Power: How Goldman Sachs Came to Rule the World", William
D. Cohan, ao Outlook. E o poder do Goldman Sachs nos centros de decisão
política até lhe valeu a alcunha, dada por banqueiros concorrentes , de
Government Sachs.
Alessio Rastani, um ‘trader' em ‘part-time', defendeu em directo na
BBC que não eram os governos que mandavam no mundo, mas sim o Goldman
Sachs. Rui Barroso. Alessio Rastani transformou-se num fenómeno. O ‘trader' em
‘part-time' surpreendeu tudo e todos numa entrevista à BBC. Além de
vários cenários catastrofistas sobre a crise, Rastani defendeu que "este
não é o momento para pensar que os governos irão resolver as coisas. Os
governos não mandam no mundo, o Goldman Sachs manda no mundo". Bastaram
pouco mais de três minutos para tornar Rastani num fenómeno na
Internet. (fonte)
A Goldman Sachs e a crise da dívida grega
A crise da dívida grega põe em evidência uma vez mais os poderes de
persuasão e predação de Wall Street – uma peça que permanece invisível
na maioria dos relatos sobre a crise do outro lado do mundo. A crise foi agravada anos atrás por uma operação do Goldman Sachs,
arquitetado pelo atual diretor-executivo do banco, Lloyd Blankfein.
Juntamente com a sua equipa, Blankfein ajudou a Grécia a esconder a
verdadeira dimensão da sua dívida e, no processo, fê-la praticamente
dobrar de tamanho. Da mesma forma como ocorreu na crise do subprime
americano, e que levou à atual situação crítica de muitas cidades
americanas, um empréstimo predatório de Wall Street teve um papel
importante na crise grega, embora pouco reconhecido.
Em 2001, a Grécia procurava maneiras de mascarar os seus crescentes
problemas financeiros. O Tratado de Maastricht exigia que todos os
membros da zona do euro mostrassem melhorias nas contas públicas, mas a
Grécia ia na direção oposta. Então o Goldman Sachs veio em seu socorro,
oferecendo um empréstimo secreto de 2,8 mil milhões de euros, disfarçado
de swap cambial não contabilizado – uma operação complicada, em que a
dívida da Grécia em moeda estrangeira foi convertida em obrigações em
moeda local, utilizando uma taxa de câmbio fictícia.
Como resultado, cerca de 2% da dívida da Grécia magicamente
desapareceram das suas contas nacionais. Christoforos Sardelis, então
chefe da Agência de Gestão da Dívida Pública da Grécia, mais tarde
descreveu o acordo na Bloomberg Business como "uma história muito sexy
entre dois pecadores”. Pelos serviços, o Goldman recebeu a soma colossal
de 600 milhões de euros (793 milhões de dólares), de acordo com Spyros
Papanicolaou, que substituiu Sardelis em 2005. Isso representou quase
12% da receita da gigantesca unidade do Goldman de trading e
principal-investments em 2001 – que, aliás, bateu recorde de vendas
nesse ano. A unidade era dirigida por Blankfein. (fonte)
Segundo o Financial Times, o banco Goldman Sachs no Reino Unido
está sob a mira da justiça em pelo menos dois negócios, um deles
envolvendo o fundo soberano da Líbia durante o regime de Khadafi. A
Autoridade de Investimento da Líbia (AIL), reclama nos tribunais ingleses
1200 milhões de dólares após perder todo o dinheiro em nove
investimentos, nos quais o Goldman Sachs lucrou 200 milhões. Nas
primeiras alegações em tribunal, os líbios acusaram o
banco de ter pago férias de luxo, jatos privados, reuniões em iates e
prostitutas para os dirigentes líbios com quem negociavam. “É um banco
de mafiosos”, disse um dos responsáveis da AIL em tribunal.
O outro caso que está sob investigação diz respeito a um negócio com o
fundo soberano da Malásia. A emissão de obrigações do fundo, no valor
de 3000 milhões de dólares. A quantia, que seria destinada a um grande
projeto imobiliário no país, foi depositada pelo Goldman Sachs numa
conta do fundo na Suíça e metade do dinheiro desapareceu. Uma parte veio
depois a ser localizada na conta bancária do primeiro-ministro da
Malásia. (fonte)