18/12/2016

O Secreto Acordo Sykes-Picot em 1916

O polémico e secreto acordo foi alcançado entre 15 e 16 de Maio de 1916 pela França e Reino Unido.

O Acordo Sykes-Picot foi um tratado polémico e secreto assinado entre 15 e 16 de Maio de 1916, por Georges-Picot (à esq.) e Sir Mark Sykes (à dir), dividindo o Médio Oriente em áreas de influência do Reino Unido e da França.

Este acordo levou à divisão do território sob domínio Turco, (Síria, Iraque, Líbano e Palestina) em áreas de Administração Britânica (Iraque e Palestina) e Administração Francesa (Síria e Líbano). 

As negociações que conduziram ao entendimento entre as duas potências coloniais europeias ocorreram durante a I Guerra Mundial, desde Novembro de 1915 a Março de 1916, e o Acordo adoptou o nome dos seus negociadores, Sir Mark Sykes pelo Reino Unido e François Georges-Picot pela França.


Este tratado secreto foi exposto e divulgado em dois jornais russos (a mando de Lenin?), a 23 de Novembro de 1917, (até então secreto), bem como outros tratados, o que causou constrangimento entre os aliados e uma crescente desconfiança entre os árabes.

Lenin chamou-lhe o "o acordo dos ladrões colonialistas", foi contudo incluído uns anos mais tarde.

"O Acordo entre a França e o Reino Unido entregou ao Império Britânico o domínio dos territórios situados entre a costa do Mar Mediterrâneo e o Rio Jordão, a Jordânia, o sul do Iraque e ainda uma área que inclui os portos de Haifa e Acre, ambos situados no actual território de Israel e que garantiam o acesso ao Mediterrâneo.

À França coube o domínio da zona sudeste da Turquia, do norte do Iraque, da Síria e do Líbano."

De salientar que, em alguns mapas disponíveis, ou no abaixo, pode-se verificar que o estado de Israel já aparece, mesmo estando em 1916/1917 e quando Israel só foi criado a 14 de Maio de 1948. (Após o Reino Unido lhe entregar a Palestina, área que estava sua administração até então.)

A Palestina seria colocada sob administração internacional, aguardando consultas com a Rússia e outras potências.

O ajuste foi posteriormente ampliado para incluir a Itália e a Rússia. A primeira receberia algumas ilhas do   Mar Egeu e uma esfera de influência em torno de Esmirna, no sudoeste da Anatólia, enquanto que a segunda ficaria com a Arménia e partes do Curdistão.A presença italiana na Anatólia e a divisão dos territórios árabes foram em seguida formalizadas pelo Tratado de Sèvres, de 1920.


Os principais termos do acordo foram confirmados pela Conferência Inter-Aliada de San Remo, realizada entre 19 e 26 de Abril de 1920, e pelo Conselho da Sociedade das Nações, em 24 de Julho de 1922, estabelecendo os mandatos britânico e francês correspondentes às áreas definidas em 1916 pelo Acordo Sykes-Picot.


O acordo é visto por muitos como um ponto de inflexão nas relações entre os árabes e o Ocidente, já que contrariava as promessas feitas aos árabes através de T. E. Lawrence, no sentido de criar-se uma nação em território sírio em troca de apoio aos esforços de guerra britânicos contra o Império Otomano. Consideram também que esta divisão e outras levaram à desestabilização do próprio Médio Oriente.




O mapa de 1916 , com as assinaturas dos diplomatas Sir Mark Sykes e Francois Georges-Picot.










 "Os cidadãos ocidentais, incluindo os portugueses, têm sido enganados sobre as origens, as motivações e os verdadeiros protagonistas, não só da guerra que dizimou a Síria, como de todas as acções subversivas conhecidas pelo nome de Primavera Árabe."

Dica em: Aventar.eu

RiseUP Portugal