02/12/2016

Wikileaks: Os emails de Jonh Podesta

Os emails do Ex-Chefe de Gabinete da Casa Branca e Chefe de Campanha de Hillary Clinton. 

O Sr. Podesta, que foi presidente da campanha de Hillary Clinton,  é um associado há muito dos Clintons tendo sido  Chefe de Gabinete do Presidente Bill Clinton ente 1998 e 2001. O Sr. Podesta e seu irmão Tony são donos do grupo Podesta, uma grande e importante empresa de lobby e é também o Presidente do Centro para o Progresso Americano (CAP), grupo de trabalho com base em Washington DC. 

Os emails de Podesta – 1ª parte 

A 1ª parte dos emails de Podesta inclui 2.060 e-mails e 170 anexos e centra-se nas comunicações do Sr. Podesta relacionadas com a energia nuclear, e à manipulação dos média sobre doações à Fundação Clinton, desde mineração a interesses nucleares; 1.244 dos emails referenciam energia nuclear. A colecção completa inclui os emails para e de Hillary Clinton. 

Em Abril de 2015, o New York Times publicou um artigo sobre uma empresa chamadaUranium One“, a qual tinha sido vendida a interesses controlados pelo governo russo, dando à Rússia o controle efectivo de um quinto de toda a capacidade de produção de urânio nos Estados Unidos. 

Como o urânio é considerado um activo estratégico, com implicações na produção de armas nucleares, o acordo teve que ser aprovado por uma comissão composta por representantes de várias agências governamentais dos EUA. Entre as agências que eventualmente assinaram o acordo, encontra-se o Departamento de Estado, na altura chefiada pela secretária Clinton. A Comissão de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS) compreende, entre outros, os secretários do Tesouro, Defesa, Segurança Interna, Comércio e Energia.

À medida que os interesses russos gradualmente assumiam o controlo da Uranium One, milhões de dólares eram doados à Fundação Clinton entre 2009 e 2013, vindos de indivíduos directamente ligados ao acordo, incluindo o presidente da Uranium One, Ian Telfer. Embora Clinton tivesse um acordo com a Casa Branca de Obama para identificar publicamente todos os doadores da Fundação Clinton, os Clinton não divulgaram publicamente as contribuições do Presidente do Uranium One. 

Quando o artigo do New York Times foi publicado em 2015, Brian Fallon, porta-voz da campanha de Hillary Clinton, rejeitou veementemente a possibilidade de que, na altura, a secretária Clinton exercesse alguma influência na avaliação do governo norte-americano da venda da Uranium One, descrevendo-a como “sem fundamento”.  Fallon imediatamente enviou um memorando ao New York Times com a refutação da história (Email de Podesta ID 1489).

Nesse memorando Fallon afirmou:
“Além do fato do Departamento de Estado ser apenas uma das nove agências envolvidas no CFIUS, é também verdade que dentro do Departamento de Estado, os processos de aprovação do CFIUS historicamente não desencadeiam o envolvimento pessoal do Secretário de Estado O principal representante do Departamento de Estado junto do CFIUS é o Secretário de Estado Adjunto para os Assuntos Económicos, Energéticos e Empresariais, que no período em questão, era desempenhado por José Fernandez. Como tem conhecimento, o Sr. Fernandez, testemunhou pessoalmente que “a secretária Clinton nunca interveio comigo em qualquer assunto do CFIUS”.
No entanto, o que o porta-voz da campanha de Clinton não divulgou, foi o fato de que alguns dias antes de enviar a sua refutação para o New York Times, Jose Fernández escreveu na noite de 17 de Abril de 2015 a John Podesta, após um telefonema deste (email 2053):
“John, foi bom falar consigo esta tarde, e aprecio que tenha ocupado o seu tempo a telefonar-me. Como mencionei, eu gostaria de fazer tudo o que posso para apoiar a secretária Clinton, e gostaria de receber o seu conselho em termos de ajudar-me a orientar para as pessoas certas na campanha “.
Cinco dias depois deste email (de 22 de Abril de 2015), o porta-voz de Clinton, Brian Fallon, escreveu o memorando ao New York Times, declarando que “Jose Fernandez atestou pessoalmente que ‘a Secretária Clinton nunca interveio comigo sobre qualquer assunto do CFIUS’”, mas não mencionou que Fernández não foi, neste caso,  uma testemunha neutra, tendo em conta que Fernández  tinha concordado com John Podesta em  desempenhar um papel na campanha de Clinton. 

Os emails mostram que os contactos entre John Podesta e Jose Fernandez remontam ao tempo da preocupação interna da campanha de Clinton, sobre o então iminente livro e filme “Clinton Cash” de Peter Schweizer, sobre os negócios financeiros da Fundação Clinton. 

Num email datado de 29 de Março de 2015 (email 2059), Jose Fernandez escreve a Podesta:
“Olá John, acredito que está a desfrutar de um breve descanso depois de um trabalho bem feito. Obrigado, sem dúvida, graças à sua recomendação, juntei-me  à PAC [Centro Para o Progresso Americano], o qual estou a achar extremamente gratificante. “
Julian AssangeNota: Links e realces desta cor são da minha responsabilidade
em a A Arte da Omissão

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