No tempo da troika do Passos, Portas e Cavaco criou-se a ideia de que
todo o dinheiro era bem-vindo, todo o dinheiro foi considerado capita e
significava investimento. Foram criados mecanismos para atrair dinheiro e
algumas personalidades gradas da direita meteram-se em negócios
internacionais, servindo-se da manipulação dos partidos da direita.
basta ver um líder do CDS defender o regime angolano, justificando a
originalidade da sua democracia africana para se perceber que o CDS não
passa de um manipulador da opinião pública ao serviço dos interesses
materiais do Paulo Portas, foi esse o preço da promoção da atual geração
de líderes do CDS.
Mas, há uma grande diferença entre um investimento numa fábrica de
componentes eletrónicos e a compra de uma vivenda de luxo por um general
corrupto da máfia angolana.
Há investimento que gera a dinamização da
atividade económica, enquanto muito do dinheiro que os generais
angolanos branqueiam em Portugal gera muito mais corrupção do que
dinamização económica, em vez de dinamizar a economia portuguesa este
dinheiro sujo apodrece-a, em vez de promover novos empresários enriquece
os agentes locais desses generais, transportando para Portugal a
corrupção angolana. Esse fenómeno já ficou evidente ao mais alto nível
do Estado, com a prisão de um procurador.
Não é a mesma coisa uma empresa estrangeira construir uma fábrica em
portugal e a filha do Eduardo dos Santos comprar uma quota numa empresa
de telecomunicações que não investe em inovação e se limita a
aproveitar-se da procura de serviços de telecomunicações. quando a EDP
foi comprara pelos chineses estes assumiram o compromisso de investirem
muitos milhões em portugal. Fizeram-no mas não foi criado um único
emprego em portugal, o nosso PIB nem mexeu. Compraram empresas
renováveis da EDP nos EUA. Esse investimento traduziu-se em resultados
financeiros para a EDP e numa perda da presença portuguesa no mercado
energético dos EUA. É óbvio que a EDP lucrou com o negócio, mas como os
donos da EDP são os mesmos chineses isso significa que o tal
investimento voltou para os seus bolsos. isto é ficaram com o dinheiro e
com as empresas de renováveis nos EUA.
Nem todo o dinheiro é capital e no caso de dinheiro sujo, como o da
máfia angolana liderada pela família Santos, uma espécie de Corleones de
Luanda, em vez de progresso trás mais podridão para a sociedade
portuguesa. Hoje temos muitos políticos que estão ao serviço dos
generais angolanos que nãio hesitam em recorrer à chantagem sobre o
país. Este novo grupo de políticos que vivem do dinheiro fácil de
Angola, China, Venezuela e outros países não têm nada de empreendedores
ou empresários, promovem negócios fáceis e esquemas que apenas t~em por
consequência o apodrecimento da economia portuguesa.
Portugal precisa de dinheiro, mas de dinheiro que seja capital em busca
de investimentos que se traduzem na criação de riqueza. Não precisa de
dinheiro corrupto em busca de esquemas de branqueamento a troco de
comissões para políticos bem sucedidos que agora procuram enriquecer
depressa e a qualquer custo. portugal precisa de empresas que criem
riqueza e de partidos que sirvam o país e não se deixem transformar em
máquinas de apoio a esquemas de enriquecimento comn comissões pagas por
gente duvidosa.
Publicado no excelente blogue O Jumento
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