14/11/2015

A morte ao vivo e em video é-vos trazida e patrocinada por ...

Não obstante o completo e total sentimento de solidariedade com os Franceses, fica a pergunta ... e se nestas mesmas imagens estivessem refugiados sírios, a morrer do outro lado de redes redes? E se estas mesmas imagens retratassem vitimas de bombardeamentos no Iraque ou no Afganistão?

E se estas pessoas fossem as vitimas do Boko Haram na Nígeria, ou do ISIS na Síria? 
E se não fossem brancos, europeus, americanos, se não falassem linguas próximas á nossa ou se não nos sentissemos de qualquer forma ligados culturalmente a eles? E se fossem africanos, árabes, mestiços, asiáticos, indios, ou qualquer outra raça ou etnia morta com armas e mãos ocidentais? Que importância se faz de 100, 200 ou 300 mortos, vítimas de conflictos em países que ... nem queremos saber onde ficam. Para não falar de quem morre por falta de alimentação, medicação, ou simples acesso a água potável, cujo número diário é escandalosamente superior.

Existe uma expressão em Inglês que diz: "Follow the money", segue o dinheiro. Para melhor perceber o que se passa sobre determinado assunto, segue para onde foi o dinheiro. Existem regiões no mundo que estão num autentico caos, onde a barbaridade que vimos ontem em França ocorre todos os dias. "Follow the money".

Desde contractos de produção e logistica militar, a contractos de reconstrução de países em ruinas, ao financiamento a juros altíssimos a essas mesmas reconstruções, ao roubo de recursos naturais como o petróleo ou o gás natural, controlo de bancos centrais, terras ou locais geo-estratégicos ... existem pessoas, grupos, lobbies e empresas que têm lucrado triliões com toda esta instabilidade, morte, miséria e sofrimento.

Os refugiados dos quais tanto se fala hoje estão a fugir desesperadamente daquilo que vimos ontem em França. Aquilo que vimos ontem em França, acontece há anos nas terras deles, enquanto nós confortavelmente estamos a ver a Casa dos Segredos e a Liga dos Campeões ... Talvez hoje (infelizmente), seja o dia perfeito para lembrar isso.

É altura de perceber que somos um. E que organizações como o ISIS, assim como outras no passado, trás muito a certos interesses, pessoas e industrias ocidentais, que vão também utilizar este episódio, como já usaram outros, para precisamente, vos propôr cortes aos vossos direitos e liberdades fundamentais, em troca de um falso sentimento de segurança.