Longe vai o tempo em que o “senhor do banco” se preocupava em
escolher corretamente os investimentos que apresentava aos seus
clientes.
Os produtos financeiros que existiam eram devidamente
explicados e raramente se encaminhava um cliente com poucas posses
para investir num qualquer produto financeiro de risco, cuja sua
complexidade não seria percetível pelo subscritor. A isto
chamava-se ética profissional e é algo que desapareceu nos anos 80.
A
evolução dos mercados financeiros e a sede pelo capital tornou as
instituições financeiras em nichos de vampiros sedentos por efetuar
investimentos com dinheiro que não têm. Gradualmente o “senhor do
banco” foi abandonado, colocado numa prateleira e substituído por
comerciais que para além de terem pouco conhecimento sobre os
diversos produtos financeiros que comercializam, mais parecem
feirantes a tentar obrigar os seus clientes a subscrever qualquer
coisa por mais inútil que seja.
O “senhor do banco” desapareceu e começamos a ser contactados por teleoperadores, que nos apresentam campanhas inundadas de banha da cobra onde nos tentam convencer de que determinado produto financeiro foi feito mesmo à nossa medida, sem que nunca nos tenham visto à frente e muito menos tenham perdido 5 minutos a analisar o nosso perfil enquanto investidor. O “senhor do banco” morreu e com ele levou toda a estrutura bancária, os alicerces que sustentavam um crescimento sustentável do sistema financeiro.
O “senhor do banco” desapareceu e começamos a ser contactados por teleoperadores, que nos apresentam campanhas inundadas de banha da cobra onde nos tentam convencer de que determinado produto financeiro foi feito mesmo à nossa medida, sem que nunca nos tenham visto à frente e muito menos tenham perdido 5 minutos a analisar o nosso perfil enquanto investidor. O “senhor do banco” morreu e com ele levou toda a estrutura bancária, os alicerces que sustentavam um crescimento sustentável do sistema financeiro.
Nos
dias de hoje o que importa aos balcões dos Bancos é conseguir
alcançar os objetivos trimestrais, que lhes são apresentados pelas
hierarquias superiores.
Deixou de interessar ter pessoas competentes
a receber os clientes, o que importa é ter bons vendedores mesmo que
não tenham conhecimento algum sobre o funcionamento do produto
financeiro que apresentam à sua carteira de clientes.
Se é
necessário atingir 20.000 euros em novas subscrições em Seguros de
Capitalização, a informação que é passada aos clientes é mínima
e a comparação com os Depósitos a Prazo é uma constante, mesmo
sendo um produto completamente diferente e onde o cliente pode perder
algum do valor inicialmente entregue caso necessite de reaver o seu
dinheiro num curto espaço de tempo. De facto estes novos comerciais
não enganam, apenas ocultam diversos pormenores para conseguirem
atingir os objetivos estipulados e dessa forma terem direito a uma
comissão extra.
O ridículo da situação e desconhecimento é
tanto, que sempre que é feita uma questão mais específica sobre um
qualquer evento que tenha acontecido num determinado produto
financeiro da nossa carteira de investimento, estes comerciais têm
de registar um pedido para ser respondido pelos serviços centrais
responsáveis pelo produto. O “senhor do banco” ao morrer, levou
com ele todo o conhecimento bancário e apenas deixou no seu lugar
pequenas sanguessugas que atuam consoante os objetivos que lhes são
apresentados. Analisar o perfil dos seus clientes é coisa do
passado, o pouco tempo que têm no seu dia de trabalho serve apenas
para efetuar o maior número de contactos possíveis para no final
desse mesmo dia apresentar “vendas” satisfatórias ao Gerente de
Balcão e dessa forma talvez consiga manter o seu posto de trabalho.
Os
lesados deste sistema financeiro ganancioso não são apenas os
antigos clientes do BES, BPN ou BPP, mais sim também milhares de
pessoas que são clientes de outras instituições financeiras. Os
restantes Bancos possuem milhões de euros em aplicações
financeiras de alto risco, em que as rentabilidades podem ser nulas
ou mesmo negativas levando os seus clientes a perder parte do valor
investido, mas onde esta informação nunca foi passada na totalidade
aos subscritores dos produtos.
O
sistema financeiro entrou em colapso devido à ganância e
investimentos ruinosos feitos pelas instituições financeiras, para
alimentarem determinadas famílias sabendo de antemão que o negócio
era ruinoso. A teoria capitalista do lucro fácil começou a virar-se
para contra os próprios feiticeiros e cabe a todos nós, comuns
cidadãos do mundo, impedir que nos escravizem para continuarem a
alimentar este sistema financeiro que apenas serve o interesse de
terceiros e nunca do povo.