As auto-estradas concessionadas à Brisa renderam lucros de quase 50
milhões de euros, entre Janeiro e Julho deste ano. Os proveitos com
as 11 concessões da empresa privatizada quase duplicaram face ao
primeiro semestre de 2016.
O
lucro da Brisa Concessão Rodoviária (BCR) no primeiro semestre de 2017
foi de 48,7 milhões de euros, uma subida de 82,2% face aos 26,7
milhões registados no período homólogo do ano passado. As receitas com
portagens nas 11 auto-estradas concessionadas à Brise renderam mais de
250 milhões de euros em apenas meio ano, de acordo com a informação
comunicada ontem à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Num período em que não houve construção de quaisquer novos lanços, e apesar do reforço dos lucros, a BCR investiu menos na rede sob sua gestão do que nos primeiros seis meses do ano passado. Dos 19,4 milhões de euros investidos, a maioria foi dirigida para os alargamentos na A1 e na A4, junto à cidade do Porto, e à repavimentação de troços da A1, da A2, da A5 e da A6.
Em 2000, Vasco de Mello, herdeiro do grupo económico que, antes do 25 de Abril, detinha a CUF, o Banco Totta & Açores, a seguradora Império, a Lisnave, a Soponata e outras 180 empresas, ganhou um lugar no conselho de administração da Brisa. A partir de 2001, o grupo Mello torna-se accionista de referência, assumindo mais de 20% do capital social da empresa.
Os estatutos da empresa a partir de 1998, e enquanto o Estado mantinha uma posição maioritária, estabelecia como obrigatória a distribuição de um mínimo de 40% dos lucros em dividendos. Logo nesse primeiro ano após a privatização, a Brisa distribui dividendos ascendendo a perto de 60 milhões de euros.
Actualmente, a Brisa é detida em 33% pelo grupo Mello e em 21% pelo fundo de investimento britânico Arcus. Os restantes 44% são detidos por uma sociedade de direito luxemburguês detida em 55% pelos Mello, com o fundo Apollo – que aproveitou os efeitos das falências do BES e do Banif para comprar as seguradoras Tranquilidade e Açoreana – com o restante.
Num período em que não houve construção de quaisquer novos lanços, e apesar do reforço dos lucros, a BCR investiu menos na rede sob sua gestão do que nos primeiros seis meses do ano passado. Dos 19,4 milhões de euros investidos, a maioria foi dirigida para os alargamentos na A1 e na A4, junto à cidade do Porto, e à repavimentação de troços da A1, da A2, da A5 e da A6.
O regresso do capital monopolista
A Brisa é uma das empresas que foram incluídas pelo governo do PS chefiado por António Guterres no pacote de privatizações de 1997. O capital da empresa, a quem, em 1972, o regime fascista tinha entregado a concessão das auto-estradas até 2030, começou por ser totalmente privado. Após a nacionalização da banca, em 1975, o Estado assumiu uma posição significativa no capital da Brisa, que foi reforçando. Em 1997, 89,7% do capital da Brisa era público.
Em 2000, Vasco de Mello, herdeiro do grupo económico que, antes do 25 de Abril, detinha a CUF, o Banco Totta & Açores, a seguradora Império, a Lisnave, a Soponata e outras 180 empresas, ganhou um lugar no conselho de administração da Brisa. A partir de 2001, o grupo Mello torna-se accionista de referência, assumindo mais de 20% do capital social da empresa.
Privados receberam Brisa com garantia de dividendos chorudos
Um ano antes da privatização, em 1996, a Brisa registou lucros de 12 milhões de contos (cerca de 60 milhões de euros). Nos três anos anteriores, foram concretizados investimentos na rede de auto-estradas da Brisa (então ainda pública) no valor de mais de 800 milhões de euros.
Os estatutos da empresa a partir de 1998, e enquanto o Estado mantinha uma posição maioritária, estabelecia como obrigatória a distribuição de um mínimo de 40% dos lucros em dividendos. Logo nesse primeiro ano após a privatização, a Brisa distribui dividendos ascendendo a perto de 60 milhões de euros.
Actualmente, a Brisa é detida em 33% pelo grupo Mello e em 21% pelo fundo de investimento britânico Arcus. Os restantes 44% são detidos por uma sociedade de direito luxemburguês detida em 55% pelos Mello, com o fundo Apollo – que aproveitou os efeitos das falências do BES e do Banif para comprar as seguradoras Tranquilidade e Açoreana – com o restante.
Este artigo foi retirado do site Abril
Se gostaste deste artigo podes visitar directamente o site neste link