"Os
portugueses podem confiar no Banco Espírito Santo", disse Cavaco Silva
há cerca de um ano e meio. Momentos depois o Banco Espírito Santo
afundava.
Mais tarde negou que alguma vez o tivesse dito. Negou ter dito uma coisa que está filmada. Filmada. Como fazem as crianças de 5 anos, com os cérebros pouco treinados e próprios daquela idade.
Hoje, referindo-se ao caso BANIF, o mesmo Cavaco Silva diz:
"É preciso medir bem as palavras quando se fala do sistema bancário,
porque o seu funcionamento é decisivo para o funcionamento da nossa
economia". Quando falta a dignidade já pouco resta senão rastejar até ao fim.
Não acredito que Cavaco alguma vez se ponha em causa. Nem quem o rodeia. E é essa falta de chão onde tocar que envergonha só de ver. É como olhar para uma moldura boa com uma fotocópia fraca e triste a viver lá dentro. A pequenez ainda custa mais quando nos sopram que somos grandes.
Cavaco Silva representa o pior que temos em Portugal. É um fardo de nada com um pin ao peito. É um cancro que mesmo depois de morto ainda mata.